Quantcast
Channel: Alta RPM » Coluna
Viewing all articles
Browse latest Browse all 4

Carros que gostaria de dirigir

$
0
0

Imagino que todo apaixonado por carros deve fazer, vez ou outra, mesmo que mentalmente, uma lista dos automóveis que gostaria de dirigir ao menos uma vez na vida. Bom, pelo menos eu faço isso eventualmente. Normalmente, nesses registros avulsos, anoto não somente o nome dos veículos dos sonhos, mas qualquer modelo que imagino oferecer uma experiência diferente ou marcante de guiar. E nesse último mês decidi levar essa lista a sério e transformá-la em um post aqui para o Alta RPM, apenas para compartilhar meus gostos e curiosidades.

Eu não imaginava que desenvolver um post aparentemente simples assim se tornaria uma tarefa tão árdua. Ao finalizar a primeira edição da compilação, tinha em mãos o nome de mais de 50 automóveis. Decidi que precisava de um foco para fazer esse “catálogo”, e, para colocar ordem nas ideias, além de encurtar essa seleção para somente 10 unidades, foquei somente nos modelos que tenho curiosidade de conduzir — que não são, necessariamente, os carros dos meus sonhos.

Também tenho curiosidade de saber o que vocês, leitores, gostariam de dirigir por aí. Portanto, sinta-se à vontade em deixar a sua lista com dez modelos nos comentários abaixo. Bom divertimento!

 

Audi Sport Quattro – 1984

Motor: 5 cilindros, 20 válvulas, turbo. Deslocamento: 2.1 litros Potência: 306 cv Torque:35,8 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.298 kg

Motor: 5 cilindros em linha, 20 válvulas, turbo.
Deslocamento: 2.1 litros
Potência: 306 cv @ 6.700 rpm
Torque: 35,7 mkgf @ 3.700 rpm
Peso: 1.298 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s8 (est.)
Velocidade máxima: 250 km/h

 

Já tive a oportunidade de dirigir alguns esportivos atuais com tração integral, e isso sempre me fez ter a curiosidade de saber como seria o comportamento de um veículo com tração integral mais antigo. Será que as respostas em aceleração, curvas e frenagens mudam muito, com um sistema de tração integral, suspensão e pneus mais rústicos?

Some essa curiosidade com a paixão que tenho por motor turbo, pela sinfonia gerada por motores cinco cilindros, e a curiosidade de dirigir a versão de rua de um dos carro que fez história o WRC. Matando quatro coelhos em uma cajadada só, o Audi Sport Quattro não poderia faltar nessa lista. De quebra, ainda admiro seu design.

 

PS: como não encontrei o vídeo de um modelo original andando, acabei partindo para uma versão um pouco mais “extrema”.

BMW M3 (E46) CSL – 2003

Motor: 5 cilindros, 20 válvulas, turbo. Deslocamento: 2.1 litros Potência: 306 cv @ 6.700 rpm Torque: 35,8 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.298 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s8 (est.) Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 6 cilindros em linha, 24 válvulas, aspirado.
Deslocamento: 3.2 litros
Potência: 360 cv @ 6.700 rpm
Torque: 32,6 mkgf @ 3.700 rpm
Peso: 1.385 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9 
Velocidade máxima: 250 km/h

Além de ser dona de uma das carrocerias mais bonitas já feitas pela BMW (sob meu ponto de vista), fantasio a M3 CSL da geração E46 como um divertidíssimo instrumento de precisão — enquanto seu 3.2 6 cilindros em linha, capaz de gira pouco mais de 8.000 rpm, emite uma sinfonia arrepiante.  Sim, existem muitos outros modelos da linha Motorsport mais rápidos em aceleração — já tive a oportunidade de acelerar a X5 M, X6 M, Série 1 M, M 135i Sport e a M4  —, mas a sensação que tenho ao ver esse modelo trafegando é de absoluta precisão e conectividade. Não preciso de mais que isso para ter a curiosidade de dirigi-la.

Recentemente tive a oportunidade de andar de passageiro em uma M3 E46 “normal”, e o cupê foi impressionante. Mesmo sem estar no controle. É possível sentir a rigidez estrutural, a força dos freios, e impressiona como o motor é linear em toda as faixas de rotação. Esse não é apenas um dos carros que tenho curiosidade de guiar: é um dos carros dos meus sonhos.

 

 

BMW M3 (E30) – 1987

Motor: 6 cilindros, 24 válvulas, aspirado. Deslocamento: 3.2 litros Potência: 360 cv @ 6.700 rpm Torque: 32,6 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.385 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9  Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 4 cilindros em linha, 16 válvulas, aspirado.
Deslocamento: 2.3 litros
Potência: 195 cv @ 6.750 rpm
Torque: 24,5 mkgf @ 4.750 rpm
Peso: 1.165 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7s2
Velocidade máxima: 235 km/h

Embora a experiência de dirigir um bom esportivo moderno sempre seja divertida, não consigo deixar de notar, quando estou ao volante, a existência de uma gigantesca quantidade de eletrônica e engenharia ralando para manter a minha trajetória perfeita, as frenagens sempre eficientes, o nível de conforto elevado… De alguma forma, toda essa maravilhosa sofisticação faz eu me sentir um pouco menos conectado com o automóvel, mais distante do que eu chamaria de “pura experiência de dirigir”. Será que um verdadeiro esportivo antigo oferece essa característica que busco?

Para responder essa questão, gostaria muito de poder acelerar um BMW M3 E30 em uma estrada sinuosa, ou mesmo em um Track Day. Sentir o motor quatro cilindros 2.3 16V de 1987 trabalhar até os 7.000 rpm e gerar 195 cv (pouco menos que um Honda Civic Si atual produz) sem nenhuma intervenção eletrônica na direção, freios ou resposta do acelerador, deve ser marcante, especialmente com as respostas dinâmicas de um veículo com tração traseira. E especialmente vindo da BMW.

 

Dodge Viper GTS – 1996

Motor: 4 cilindros, 16 válvulas, aspirado. Deslocamento: 2.3 litros Potência: 195 cv @ 6.750 rpm Torque: 24,5 mkgf @ 4.750 rpm Peso: 1.165 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 7s2 Velocidade máxima: 235 km/h

Motor: 10 cilindros em “V”, 16 válvulas, aspirado
Deslocamento: 8.0 litros
Potência: 450 cv @ 5.200 rpm
Torque: 67,7 mkgf @ 3.700 rpm
Peso: 1.524 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s6 (est)
Velocidade máxima: 297 km/h

Vejo qualquer Dodge Viper como um carro que avisa estar pronto para te matar, antes mesmo de você assumir a direção. Culpa, em grande parte, do seu olhar de víbora. O grande atrativo do Viper, como não poderia deixar de ser, é o motor. Já imaginou comandar  um veículo cuja dirigibilidade é limitada no limite da aderência, e que ainda é equipado com um gigante 8.0 V10 aspirado (para garantir que ele esteja sempre no limite da tração)? Deve ser um mix de medo e adrenalina marcante.

O que estimula a minha curiosidade em relação á segunda geração do Viper é a evolução em relação à sua primeira edição: mais leve, mais potente e com acerto de suspensão e freio notavelmente aprimorado — tudo de acordo com relatos da época. Deve ser uma experiência memorável. Ou uma das últimas experiências que uma pessoa pode ter.

 

Ford Mustang SVT Cobra – 2003

Motor: 4 cilindros, 16 válvulas, aspirado. Deslocamento: 2.3 litros Potência: 195 cv @ 6.750 rpm Torque: 24,5 mkgf @ 4.750 rpm Peso: 1.165 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 7s2 Velocidade máxima: 235 km/h

Motor: 8 cilindros em “V”, 32 válvulas, supercharger
Deslocamento: 4.6 litros
Potência: 390 cv @ 6.000 rpm
Torque: 56,2 mkgf @ 3.500 rpm
Peso: 1.662 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9 (est)
Velocidade máxima: 250 km/h

Não ligo se essa geração dos Mustang não foi das mais famosas. Não ligo se dizem que seu design é “infantil”. Não ligo se o acabamento é um lixo. Não ligo até mesmo se, por ventura, ele foi desenvolvido com tecnologia da era paleolítica. O Mustang SVT Cobra marcou a minha adolescência por um motivo em especial: o escandaloso “gemido” do seu supercharger, que acompanhava o urro do 4.6 V8 em quase todas as faixas de rotação. Foi ele que me “apresentou” o supercharger, na realidade.

Não consigo fazer projeções de como esse muscle-car se comportaria dentro de uma pista — uma das situações que mais gosto de vivenciar em um automóvel —, mas tudo bem. Meu maior desejo com esse Mustang SVT é poder curtir o efeito sonoro do supercharger em intermináveis acelerações e retomadas plenas.

 

 

Honda NSX 2002

Motor: 8 cilindros em "V", 32 válvulas, supercharger Deslocamento: 4.6 litros Potência: 390 cv @ 6.000 rpm Torque: 56,2 mkgf @ 3.500 rpm Peso: 1.662 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9 (est) Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 6 cilindros em “V”, 32 válvulas, supercharger
Deslocamento: 3.2 litros
Potência: 290 cv @ 6.000 rpm
Torque: 31,0 mkgf @ 3.500 rpm
Peso: 1.270 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 5s7 (est)
Velocidade máxima: 270 km/h

Mais um carro dos meus sonhos entrou nessa lista. A junção de boas características impressionantes que o Honda NSX tem o torna um grande destaque até os dias de hoje — mesmo sua produção tendo sido finalizada em 2002. Não por menos, ele chagou a ser apelidado de “Ferrari Japonesa”. O que mais gosto no NSX é o fato de, em pistas travadas e de média velocidade, ele ter desempenho semelhante a modelos como Ferrari 360 Modena (400 cv), Porsche 911 Turbo (420 cv), Larmobrghini Murciélago (580 cv), Lamborghini Gallardo (500 cv) — rivais de sua época.

Apesar do rendimento impressionante na pista, o motor da última versão produzida do NSX, um 3.2 V6 aspirado chamado “C32B”, produzia “apenas” 290 cv e 31 mkgf — além de uma sinfonia épica.  Ou seja, o que o Honda não oferecia de cavalaria bruta, ele tinha de aerodinâmica, peso reduzido (e bem distribuído), câmbio bem escalonado, além de suspensão e freios extremamente eficientes. Ao menos na ficha técnica, para mim, ele é um carro perfeito.

 

Mada RX-7 —2002

Motor: 6 cilindros em linha, 24 válvulas, aspirado. Deslocamento: 3.2 litros Potência: 360 cv @ 6.700 rpm Torque: 32,6 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.385 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9  Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 2 rotores em linha, Wankel.
Deslocamento: 1.3 litros
Potência: 280 cv @ 6.700 rpm
Torque: 30,6 mkgf @ 3.700 rpm
Peso: 1.340 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 5s7
Velocidade máxima: 250 km/h

Mais um esportivo japonês na lista de curiosidades, o Mazda RX-7. O ponto de principal interesse aqui é a experiência de dirigir um veículo com motor Wankel — embora relatos apontem para o RX-7 como um modelo com excelente comportamento dinâmico.

Com apenas 1.3 litro de deslocamento e sobrealimentação por dois turbos, o diminuto motor rotativo chamado 13B produzia 280 cavalos de potência e 33,6 mkgf de torque máximo. E o som produzido pelo Wankel é totalmente distinto, embora passe longe de ser dos meus favoritos. Ainda assim, como ponto de referencia e curiosidade, ele não poderia faltar nessa lista.

 

Porsche 930 – 1980

Motor: 2 rotores em linha, Wankel. Deslocamento: 1.3 litros Potência: 280 cv @ 6.700 rpm Torque: 30,6 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.340 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 5s7 Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 6 cilindros boxer
Deslocamento: 3.3 litros
Potência: 300 cv @ 5.500 rpm
Torque: 45,0 mkgf @ 4.000 rpm
Peso: 1.290 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4s9
Velocidade máxima: 264 km/h

Entre-eixos curto, motor posicionado na traseira, e a força de um propulsor turbo para tornar o “passeio” mais rápido, porém, menos estável no limite da aderência – pelo menos, é o que dizem as publicações da década de 1980.
Já tive a oportunidade de testar  911 S (2013) e um Boxter S (2014) e gostei muito da posição de dirigir, qualidade de acabamento e comportamento dinâmico dos modelos. Não tem como não ficar curioso para conferir como funcionava esse DNA quatro décadas a trás.

Ter a experiencia de tentar entender a dinâmica de um veículo mais rústico, potente, leve, e com o layout de motor e tração traseiros deve ser, no mínimo, interessante.

 

VW Golf GTi MKI – 1976

Motor: 2 rotores em linha, Wankel. Deslocamento: 1.3 litros Potência: 280 cv @ 6.700 rpm Torque: 30,6 mkgf @ 3.700 rpm Peso: 1.340 kg Aceleração de 0 a 100 km/h: 5s7 Velocidade máxima: 250 km/h

Motor: 4 cilindros em linha, transversal.
Deslocamento: 1.6 litros
Potência: 116 cv @ 6.100 rpm
Torque: 14,6 mkgf @ 5.000 rpm
Peso: 810 kg
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9s0
Velocidade máxima: 176 km/h

Temos aqui um dos carros que gerou uma verdadeira revolução no setor automotivo. A primeira geração do Golf GTI podia transportar tranquilamente quatro passageiros e bagagem no porta-malas como um veículo comum. Mas, quando exigido, também era capaz de disparar de 0 a 100 km/h em cerca de 9 segundos e atingir a velocidade máxima de 176 km/h. Os valores podem não empolgar atualmente, mas são verdadeiramente impressionantes se o analisarmos no contexto de sua época, quase 40 anos a trás.

Tudo porque, além dos 110 cv e 14,6 mkgf de torque produzidos pelo motor 1.6 8V, o compacto pesava apenas 810 kg, e também contava com suspensão e freios notavelmente aprimorados em relação à versão comum. Essas modificações, segundo publicações do período, permitiam ao GTI andar no mesmo ritmo de Porsche 911 em estradas sinuosas. Já imaginou o choque?

O Golf GTI tem impacto no mercado até os dias de hoje. Ao unir alto desempenho e dirigibilidade, ele deu origem ao termo “hot hatch”. Dirigir sua primeira versão deve ser uma sensacional viagem no tempo.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 4

Latest Images

Trending Articles





Latest Images